Aprender a conviver com a seca no bioma caatinga.

A agrofloresta paêbirú está localizada no município de Gararu/ Sergipe, que faz parte do bioma caatinga, onde o regime de chuvas é marcado pela escassez e há uma acentuada irregularidade espaço-temporal com longos períodos de estiagem e a maior parte da precipitação, geralmente, ocorre em três meses, com média anual inferior a 800 mm. Essas características resultam na ocorrência frequente de dias sem chuvas, ou seja, veranicos, e, consequentemente, em eventos de seca. Essa oscilação pluviométrica está associada a variações de padrões de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) sobre os oceanos tropicais, os quais afetam a posição e a intensidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) sobre o Oceano Atlântico, assim como às anomalias de temperatura observadas no Oceano Pacífico, que resultam em anos com La Niña e/ou El Niño.

 Seca entre 2012 e 2016 e atualmente.

Os primeiros manejos do sistema agroflorestal ocorreram em 2009. Demarcamos o local onde seria construída a sede, catalogamos alguns umbuzeiros, manejamos um espaço para o plantio de algumas frutíferas e fizemos o cercamento do SAF 1. Mas o projeto ficou em latência e só retomamos  as atividades em 2012, desta vez sem interrupções. 

Na retomada em 2012,  iniciou-se uma das secas mais severas dos últimos 50 anos na região nordeste, foram 5 anos sem inverno chuvoso e as culturas que pensávamos produzir (milho, feijão, abóbora, melancia, quiabo, tomate) era impossível nessa situação sem um sistema de irrigação. Algumas espécies que plantamos não resistiram as elevadas temperaturas e falta de água.  Nesse cenário extremo a serigueleira, o pé de pinha (fruta do conde), o cajazeiro, o tamarindeiro. a aceroleira, o dendezeiro, a jabuticabeira, a romãzeira, a moringa oleífera, o maxixeiro, dentre outras, com regadas esporádicas resistiram. Palma santa e pitaya são extremamente adaptadas ao bioma caatinga.

Percebemos que era crucial valorizarmos as endêmicas, e plantamos umbuzeiros, maracujá da caatinga, mandacaru, xique xique, rabo de raposa( chifre de bode), uva do mato(Cissus simsiana) …

Sem chuvas, plantamos babosa, mandacaru e palma para gerar biomassa para o solo,  inserimos  endêmicas  que não existiam no SAF, dentre elas a barriguda, ou paineira-branca (Ceiba glaziovii) e o pau ferro, ou jucá  (Caesalpinia ferrea).

Construímos 3 tanques para receberem água das chuvas e os caminhos feitos com pedras direcionam as águas até eles,  além disso, essas estruturas de pedra evitam a perda de solo e de matéria orgânica.  

A seca foi uma mestra para nós!

Estamos com abóbora, quiabo, tomate, melãozinho,melancia e moringa oleífera, na roça.

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