Agrofloresta paêbirú tem reserva de água garantida.

Até o presente momento foram duas precipitações, mas foram suficientes para assegurar regas  na agrofloresta  até o outono, quando as chuvas costumam vir com mais frequência nessa região. Agora temos água nos dois tanques e na cisterna. Situação satisfatória para nós, que estávamos com reserva apenas para o final de março. 

 Momento satisfatório também para as culturas não regadas, como a do mandacaru, da palma, do umbuzeiro. A cerva viva é uma meta muito importante no SAF, para evitarmos no futuro a compra de arame farpado e a derrubada de árvores para fazer estacas. Os frutos dos umbuzeiros com as chuvas ficarão maiores que o convencional.

Vídeo atualizado do SAF.

Aprender a conviver com a seca no bioma caatinga.

A agrofloresta paêbirú está localizada no município de Gararu/ Sergipe, que faz parte do bioma caatinga, onde o regime de chuvas é marcado pela escassez e há uma acentuada irregularidade espaço-temporal com longos períodos de estiagem e a maior parte da precipitação, geralmente, ocorre em três meses, com média anual inferior a 800 mm. Essas características resultam na ocorrência frequente de dias sem chuvas, ou seja, veranicos, e, consequentemente, em eventos de seca. Essa oscilação pluviométrica está associada a variações de padrões de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) sobre os oceanos tropicais, os quais afetam a posição e a intensidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) sobre o Oceano Atlântico, assim como às anomalias de temperatura observadas no Oceano Pacífico, que resultam em anos com La Niña e/ou El Niño.

 Seca entre 2012 e 2016 e atualmente.

Os primeiros manejos do sistema agroflorestal ocorreram em 2009. Demarcamos o local onde seria construída a sede, catalogamos alguns umbuzeiros, manejamos um espaço para o plantio de algumas frutíferas e fizemos o cercamento do SAF 1. Mas o projeto ficou em latência e só retomamos  as atividades em 2012, desta vez sem interrupções. 

Na retomada em 2012,  iniciou-se uma das secas mais severas dos últimos 50 anos na região nordeste, foram 5 anos sem inverno chuvoso e as culturas que pensávamos produzir (milho, feijão, abóbora, melancia, quiabo, tomate) era impossível nessa situação sem um sistema de irrigação. Algumas espécies que plantamos não resistiram as elevadas temperaturas e falta de água.  Nesse cenário extremo a serigueleira, o pé de pinha (fruta do conde), o cajazeiro, o tamarindeiro. a aceroleira, o dendezeiro, a jabuticabeira, a romãzeira, a moringa oleífera, o maxixeiro, dentre outras, com regadas esporádicas resistiram. Palma santa e pitaya são extremamente adaptadas ao bioma caatinga.

Percebemos que era crucial valorizarmos as endêmicas, e plantamos umbuzeiros, maracujá da caatinga, mandacaru, xique xique, rabo de raposa( chifre de bode), uva do mato(Cissus simsiana) …

Sem chuvas, plantamos babosa, mandacaru e palma para gerar biomassa para o solo,  inserimos  endêmicas  que não existiam no SAF, dentre elas a barriguda, ou paineira-branca (Ceiba glaziovii) e o pau ferro, ou jucá  (Caesalpinia ferrea).

Construímos 3 tanques para receberem água das chuvas e os caminhos feitos com pedras direcionam as águas até eles,  além disso, essas estruturas de pedra evitam a perda de solo e de matéria orgânica.  

A seca foi uma mestra para nós!

Estamos com abóbora, quiabo, tomate, melãozinho,melancia e moringa oleífera, na roça.

Muita chuva e coleta de frutos no SAF

Após seis dias de chuvas intensas com os tanques armazenando bastante água, as precipitações reduziram, entretanto, o tempo está nublado apresentando esporadicamente chuvas rápidas. Aproveitamos a tarde para coletarmos acerola, moringa oleífera, maxixe e jabuticaba.

Nos berços estão nascendo mais maxixeiros, melancieiras, aboboreiras, quiabeiros e os primeiros frutos da romãzeira surgiram e os do limoeiro estão crescendo.

 

Uso dos recursos locais na agrofloresta paêbirú

Em um cenário planetário em que a demanda excessiva pelos recursos está provocando uma brutal degradação dos ecossistemas, optar pelo uso dos recursos locais é crucial. Nós procuramos usar prioritariamente os contidos no bioma caatinga ou restos de materiais descartados. 

Com mandacaru criamos cercas vivas para evitar a passagem do gado dos vizinhos para o  SAF, pois eles podem destruir as mudas de umbuzeiro e das demais  frutíferas inseridas no sistema. Os pássaros adoram os frutos e eles  servem para alimentação humana. Posteriormente poderemos retirar partes do mandacaru para fazermos doces. 
Com a cerca viva não precisaremos comprar arame farpado, nem  derrubaremos árvores  para fazer estacas. 

 

O SAF possui  diversas frutíferas, mas a prioridade é dada ao umbuzeiro, umbucajazeiro, cajazeiro, quipá, mandacaru e outras endêmicas.  Dessa forma, raramente precisamos comprar água. 

 

Devido o declive do terreno, precisamos criar mecanismos para conter o solo, direcionar água e fixar matéria orgânica.  Usamos para esse propósito pedras contidas no SAF, cascalho, madeira e aloe vera (babosa). 

A  agrofloresta possui um sistema eficaz de captação e armazenamento de água da chuva. Recebemos no início do projeto uma cisterna com capacidade para 16 mil litros, mas construímos duas cacimbas profundas que conseguem armazenar aproximadamente 100 mil litros. 

Uso da medicina natural das plantas endêmicas. Imburana, angico, catingueira, miroró, mulungu e outras. Estamos  aprendendo com a comunidade local a respeito da medicina das plantas, e temos estas espécies no sistema agroflorestal. 

 

Sete anos de agrofloresta paêbirú.

A Agrofloresta Experimental Paêbirú completou sete anos e desde o início da jornada  até o presente momento os propósitos e manejos foram mudando, as prioridades não são as mesmas.  Atualmente priorizamos a regeneração do solo e da biodiversidade, a valorização e propagação do umbuzeiro, do umbucajazeiro e demais frutíferas endêmicas, a recuperação da medicina tradicional e o uso de ervas medicinais do bioma caatinga, o aproveitamento dos recursos locais a exemplo do mandacaru para cerca viva e das pedras para a contenção do solo, folhas e direcionamento das águas, a captação de águas e o intercâmbio com a comunidade local.

 

Durante esta  semana  criamos barreiras para contenção de solo e água com  aloe vera( babosa), plantamos mandacaru na cerca viva e aprofundamos um pouco mais os tanques, mas devido as precipitações cessamos o manejo. 

 

 

Sintropia na agrofloresta paêbirú

Agricultura Sintrópica é um sistema de uso da terra que  “associa cultivos agrícolas com florestas, recupera os recursos ao invés de explorá-los e incorpora conceitos ecológicos ao manejo de agroecossistemas” É um sistema agrícola, que difere dos ecossistemas naturais por ser regulado pela intervenção humana na busca de um determinado propósito.

Ou seja, em um sistema agroflorestal, busca-se  desenvolver atividades agrícolas , junto a árvores e espécies arbustivas endêmicas , imitando a dinâmica sucessional e mimetizando a regeneração natural das florestas. O manejo promove regeneração.

O que desenvolvemos na agrofloresta paêbirú a favor da regeneração?

O sistema agroflorestal é autossuficiente e parte dos nutrientes que mantem suas árvores provem delas e de outros seres vivos , são folhas, galhos, frutos,animais mortos, que entram em decomposição no solo.

Mimetizando a floresta,  plantamos  palma e babosa com o intuito de criar biomassa e o sistema de poda das árvores também tem essa finalidade. No bioma caatinga a produção de biomassa é lenta, mas estamos acelerando o processo com esse manejo. Não usamos insumos externos e o solo está em plena regeneração.

 

Uso dos recursos locais. As pedras encontradas no SAF são usadas na formação de caminhos  que direcionam o fluxo de água para os tanques(cacimbas), ou seja a água não sai do SAF, toda ela é direcionada para os tanques e quando o tanque antigo enche, a água excedente é direcionada para o tanque maior.

Além dessa função, os caminhos com pedras evitam o deslocamento de solo durante as chuvas, e o pouco material que é deslocado através deles são direcionados para o fundo dos tanques, mas posteriormente recolocamos nos canteiros misturado com matéria orgânica.

Os caminhos com pedra também evitam a perda das folhas, eles ajudam a fixá-las nos canteiros. 

Valorização dos frutos endêmicos e outras culturas adaptadas ao bioma caatinga. Na agrofloresta paêbirú estamos plantando muitos umbuzeiros e outras frutíferas nativas, estas espécies por serem adaptadas, evitam gastos e uso de recursos externos, ajudando-nos na meta da autossuficiência.

Conhecimento acerca das propriedades medicinais das plantas endêmicas. Cada vez mais estamos aprendendo sobre as propriedades medicinais da vegetação nativa e desta forma, manter o sistema agroflorestal em que a agricultura consorciada com nativas não é realizado por obrigação, mas por necessidade.

 

Diversidade é outro objetivo. Inserimos árvores endêmicas do bioma caatinga que não existiam na área.

 

Manejo na cacimba de pedra da Agrofloresta Paêbirú.

O SAF  passa por um período de estiagem prolongada e as cacimbas secaram.  Aproveitamos para aprofundar ainda mais a antiga.

Quando vier a próxima precipitação ela terá capacidade para armazenar mais água.

Atualização- Dia 26 de novembro choveu razoavelmente e no dia 04 de dezembro ocorreu outra precipitação, desta vez com maior volume de água.

 

Primeiras chuvas de 2018 no SAF

A primeira chuva de 2018 chegou no SAF dia 13 de janeiro despejando um pouco de água nos tanques e no dia 14 mais chuva no amanhecer, mais água nos tanques, não encheu, mesmo assim,  recebemos com muita alegria  as primeiras precipitações do ano.

 

Significativos avanços veremos na produção de umbu, no desenvolvimento das novas mudas de umbuzeiro, na cerca viva feita de mandacaru, na palma e no mandacaru sem espinho.

 

Umbuzeiro florido.

Chuvas amenizam a grande seca.

Desde o dia 12 de julho, constantes chuvas voltaram a cair sobre o sertão sergipano e na Agrofloresta Paêbirú os sistemas de captação estão recebendo bom volume de água.

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A água captada pelo tanque próximo a sede serviu para encher o reservatório abaixo.

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Com  previsão da continuidade das chuvas durante este final de semana, os tanques poderão estar completamente cheios até amanhã, garantindo autonomia por alguns meses.

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Araçazeiro.

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Mangueira

Grave seca não desanima a Agrofloresta Paêbirú.

Seguimos neste mês de junho sem chuvas e aproveitamos a estiagem para dar prosseguimento ao aprofundamento da cacimba.

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Nesta tarde procuramos dar uma vasculhada na Agrofloresta em busca de lagartas que estão atingindo as fruteiras.

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Desta forma vamos deixando longe daqui os agrotóxicos.

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